Fórum debate a utilização das energias do futuro: solar e eólica

Participantes do fórum do CDEN
Participantes do fórum do CDEN
As energias solar e eólica vão ser cada vez mais demandadas nas próximas décadas, por conta das vantagens que oferecem a médio e longo prazos aos países, apesar de os custos ainda serem altos em relação a essas tecnologias. A questão energética foi o ponto alto do Fórum de Planejamento do Desenvolvimento Nacional, do Colégio de Entidades (CDEN), promovido nesta quarta-feira (16), no Centro de Eventos do Ceará, e fez parte da programação da 72ª edição da Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), o maior evento nacional do Sistema Confea/Crea e Mútua. Confira mais fotos no Facebook do Confea O tema “Energia como fator de desenvolvimento do Brasil” foi ministrado pelo engenheiro eletricista Antônio Roberto Martins, conselheiro federal do Confea, para mais de cem profissionais e estudantes. Em relação à energia eólica, produzida a partir da energia dos ventos, Martins afirmou que a Bahia vai ser o maior produtor desse tipo de energia e chegará a geração de quase 500 MW. O Brasil hoje possui 241 usinas instaladas que geram 6 GW, e ainda é muito pouco diante do grande potencial que o país possui.
Antônio Martins: "O Brasil vai crescer, porém, carece de recursos para investir nesse tipo de energia".
Antônio Martins: "O Brasil vai crescer, porém, carece de recursos para investir nesse tipo de energia".
Martins lembrou que a matriz elétrica do Brasil ainda é a mais limpa do planeta, por ser baseada nas hidrelétricas, porém, também existem problemas, como os que ocorreram em várias regiões do país durante a crise hídrica. “As hidrelétricas inundam grandes localidades e não podemos perder áreas, é preciso pensar em todos os efeitos ambientais; enquanto o sol é fonte o ano inteiro, e os ventos também; o que precisa é de tecnologia para transformar a incidência do sol e dos ventos em energia útil”, ressaltou. Ele também abordou a cogeração, uma das formas de gerar energia e que também tende a crescer, porque reaproveita os insumos que vão para o lixo. “E tem várias possibilidades de fazer a cogeração, uma delas é usando o biogás, que é resultado da concentração de resíduos urbanos, dos aterros, dos lixões”, acrescentou. O problema do Brasil, hoje, na avaliação do engenheiro, é que o país não tem como disponibilizar recursos financeiros para promover os investimentos necessários visando a essas energias limpas. Durante a palestra, Martins ainda alertou para o crescimento do consumo de energia em todo o planeta e que deve dobrar nos próximos 25 anos. O fórum ainda discutiu outros temas, como a descentralização da gestão pública, a importância do Sistema Confea/Crea para a sociedade brasileira e os desafios da industrialização no país. Na palestra sobre a descentralização, Wanderlino Carvalho, conselheiro do Crea-DF, fez um alerta para a necessidade de se discutirem critérios que não prejudiquem pequenos municípios. “A descentralização é muito importante para o Brasil, porém, se for conduzida de forma errada, sem critérios, vai trazer prejuízos, sobretudo para municípios com poucos recursos”, comentou. “Trata-se de um fator de desenvolvimento, mas precisa ser muito bem avaliado”, acrescentou.
Coordenador do CDEN, Jorge Ney Brito (à esq.)
Coordenador do CDEN, Jorge Ney Brito (à esq.)
Outro momento importante do evento foi a realização da palestra sobre a importância do Sistema Confea/Crea e Mútua para a sociedade brasileira. O engenheiro mecânico Jorge Ney Brito, coordenador do CDEN e presidente da Federação Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial, abordou questões relacionadas à identidade do Sistema, mostrando a visão, negócio, missão, valores, mencionando ainda as normatizações vigentes. Brito demonstrou a importância do papel exercido pelo Confea e pelos Conselhos em seus estados, trabalhando em prol da segurança da população.  “As instituições de ensino qualificam os estudantes, porém, é preciso exercer a profissão devidamente habilitado no seu Conselho”, disse. Ele destacou ainda as ações de fiscalização para a proteção da sociedade e o porquê de se contratar um profissional habilitado. “Quando o profissional é registrado, ele está submetido às regras do Sistema, em consonância com o Código de Ética Profissional”, salientou. Acyane do Valle Equipe de Comunicação do Confea/Crea-AM Revisão: Lidiane Barbosa Fotos: João Batista Fotografias Banco de imagens: João Anastácio e Paula Moreira