Goiânia, 5 de outubro de 2022.

Como parte da programação do Congresso Técnico-Científico da Engenharia e da Agronomia (Contecc), que acontece paralelamente à 77ª Soea, o minicurso “Metodologias de avaliação de desempenho em edificações habitacionais no Brasil e implicações da ABNT 15575:2021 em projetos, execução, uso, manutenção e custos” foi apresentado nesta terça-feira, 4, pelo eng. civ. Jeferson Ost Patzlaff, no espaço Ilha Contecc. O encontro foi mediado pela conselheira federal suplente do Amazonas, eng. pesca Alzira Miranda de Oliveira.

O profissional explanou que de forma subjetiva e empírica o desempenho das construções já é aplicado às edificações habitacionais, no entanto, considerando-se as particularidades climáticas, de ruído e do próprio processo construtivo, não é possível aplicá-lo a todas as localidades do país. Para isso, ele reforça que é necessário realizar ensaios para que se entenda melhor o comportamento de cada região e para que a execução e entrega sejam planejadas de acordo com necessidade particular de cada projeto e local.

Em relação à aplicação das Normas de Desempenho, Patzlaff ressaltou que elas “são estabelecidas buscando atender as exigências dos usuários, independentemente dos materiais e sistemas construtivos utilizados”.

Acabamentos de alto padrão não necessariamente irão conferir um melhor desempenho à construção, sobretudo se não forem combinados com os demais elementos da obra.

Os parâmetros numéricos apresentados pelas NDs trouxeram ao mercado a responsabilização profissional pela execução de elementos da obra, que anteriormente eram entregues pelos fornecedores. Mas o cenário em relação a sua utilização ainda é desafiador, “poucos profissionais dominam o processo, pois é necessário o conhecimento específico em múltiplas áreas”.

Ainda que utópico, Patzlaff acredita em um cenário que o consumidor irá ter parâmetros para escolher sua habitação levando em conta as características de durabilidade e manutenibilidade, por exemplo. 

“Existe um ponto que ainda não temos uma resposta fechada, pois demanda muita pesquisa, que é quanto custa melhorar essas características. Por exemplo, consigo melhorar em 50% a questão do ruído, mas o custo não é 50% maior. Para cada um desses parâmetros existe um investimento e precisamos analisar o custo benefício, pois certamente muitas pessoas investiriam sabendo desse benefício”.

Reportagem: Janaína Laurindo – Crea-SC
Edição: Beatriz Craveiro (Confea) Revisão: Lidiane Barbosa (Confea)
Equipe de Comunicação da 77ª Soea
Fotos: Janaína Laurindo